quinta-feira, 7 de maio de 2009

Por que eu amo futebol?

Porque não existe nada mais inusitado, emocionante, louco, popular, e, definitivamente, apaixonante.

E porque diabos eu estou escrevendo isso? Porque nesta quarta feira o futebol nos brindou com mais um daqueles momentos mágicos...

Chelsea e Barcelona. A defesa impenetrável do time inglês contra o super ataque do Barça, foram 180 minutos, dois jogos de ataque contra defesa. O primeiro, um zero a zero na Espanha, como o time Azul Grená com incríveis 70% de posse de bola e um zero a zero...
O segundo jogo, nessa quarta, foi uma aula de esperança e emoção. O Chelsea acha um gol aos 10 min com um chute de canhota do meia Esien... um banho de água fria, que não assustou muito. Depois disso, foram mais 80 minutos de ataque do Barça e contra ataques dos Blues.
Detalhe: O Barça passou 90min sem acertar um único chute a gol, você consegue imaginar um time que tem Messi, Eto'o, Xavi, Daniel Alves, passar mais de 5min sem chutar uma bola no gol? Pois foram 90, 90 longos minutos de uma defesa que era impossível de ser vencida...

... até os famosos descontos.

O empate com gols garantia a classificação do time da Catalunha, e o Barça ia para cima com tudo e todos. Até que Iniesta, um dos maiores meio campo da Espanha, numa bola rolada do bico da área por Messi, acerta uma senhora trivela no canto superior esquerdo do melhor goleiro do mundo! Chelsea 1 x 1 Barcelona

Eu fui a loucura, gritei, acordei minha mãe que dormia ao lado da TV, fiquei insano, e revivi a máxima dos narradores da NBA:

I LOVE THIS GAME!!!

Maravilhoso, lindo, algo fantástico, algo que eu não tenho a mínima ideia é de como um brasileiro pode não torcer para um time, ou não gostar de futebol. E nisso excluo a seleção, pois desde 94 não existe mais gana no selecionado Nike.

E ao final do dia, outra carga de adrenalina. Jogo do Atlético Mineiro, numa fase horrível, tendo tomado 9 gols nos últimos 3 jogos, com técnico despedido, goleiro criticado por 99,999% das pessoas que assistem minimamente futebol, desacreditado, no popular: FUDIDO.

O Galo, o meu Galo, precisava fazer no mínimo 3 gols pra levar para os penalts e decidir se seguiria na Copa do Brasil. E o time faz como manda o figurino, um gol antes dos 20 min do primeiro tempo para aumentar a pressão contra o visitante.

E nada mudou pelo menos no 1º tempo...

A pressão continuava, quando num contra ataque o Vitória-BA (ah sim, o Atlético jogava contra o Vitória), tem um jogador derrubado na área do Galo... Penalt.
Seriam necessários outros 4 gols para poder continuar, desespero, aquele palavrão e uma mão na cabeça procurando alguma coisa pra acreditar, ou alguém pra colocar a culpa..

O juiz autoriza...
...
...
...
DEFENDEU!
...
...
...
O goleiro que a menos de 1 semana era o culpado por uma derrota humilhante, era agora o heroi. Nem uma indulgência, nem um pedaço da cruz, nem o hímen de Maria Mãe de Deus valia mais que um penalt defendido nessa altura do campeonato para redimir o infeliz goleiro. Ele, como não poderia ser diferente, foi a loucura, gritou para a torcida que inúmeras vezes o vaiara, e não deu outra, com mais 2 gols o time levou a decisão para os penalts!
Que maravilha, lindo, Fantástico!

O Galo perdeu.

Mas numa hora dessas eu já estava pensando, esse jogo é do caralho...

Para quem não gosta ou não entende o amor de uma pessoa pelo futebol, pense em uma montanha russa, mas com uma diferença: no futebol a primeira subida não é a maior, nem a primeira descida a mais emocionante.
Futebol é amor, é loucura, é algo que um vagabundo como eu deveria ter vergonha de tentar explicar com esse texto fuleiro as 01:41 da manhã. É um tema pra Drumond (o Roberto), Veríssimo, Chico Buarque, para Papa, para o Presidente, para todos que falam com o coração, pois não procure entender futebol com a cabeça, pois de maneira alguma é um jogo racional ou justo, é loucura, vontade, amor, sangue, suor, lágrimas, vida.

Futebol é Amor, não é simpatia.

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